terça-feira, 25 de novembro de 2008

O JORNAL E A ESCOLA: PROGRAMAS E PROJETOS


Se existe uma capacidade que a criança tem que sair sabendo da escola, esta é ler. Isto porque a leitura é absolutamente essencial, hoje em dia, para fazer frente a uma sociedade que muda muito rapidamente e que exige muita competência no uso de diversas tecnologias que utilizam a escrita. A escola tem que dar ao aluno a instrumentalização para que ele continue aprendendo autonomamente, no seu ritmo, a partir dos seus interesses, lendo aquilo que precisa. Isso é difícil porque a escola trabalha com programas e currículos voltados a um aluno “médio. Trazer os interesses individuais é impossível, se pensarmos apenas em termos de currículos escolares, de programas que têm que ser cumpridos, sem nos importarmos se o aluno entendeu, se ele leu ou não leu.
Se o aluno não entendeu a palavra escrita, causa espanto, já que ele entende tão bem a oralidade, percebendo e fazendo relações significativas quando assiste televisão, quando conversa com os pais ou com os amigos. Ele é capaz de tecer relações entre diversos assuntos, mas é absolutamente incapaz de fazer isso quando a linguagem está impressa, escrita.
O professor em se é professor de leitura , não no sentido de um professor analista de texto, mas no sentido um professor que vai ajudar o aluno a desenvolver estratégias cognitivas de leitura, estratégias de abordagem de textos, que serão diferentes segundo a atividade que o professor propõe em sala de aula. Conforme o objetivo do professor, o aluno vai ler porque o professor lhe mandou ou porque realmente percebeu algum objetivo que lhe dissesse respeito. Depende da atuação do professor levar o aluno a se engajar de fato na leitura ou apenas passar o olho, sem saber se está entendendo ou não o texto. Enfim, a formação do leitor depende crucialmente da maneira pela qual o professor aborda a leitura e do tipo de trabalho que desenvolve junto aos seus alunos.
É muito fácil percebermos as diferenças nas formas de ler um texto quando pensamos na leitura num local apropriado. O currículo escolar deve fornecer ao aluno espaço para que ele entenda o mundo de forma não-fragmentada e isso pode ser conseguido por meio de projetos interdisciplinares e transversais que atravessam as diversas disciplinas e que, ao mesmo tempo que rompem a fragmentação, mantêm os limites epistemológicos de cada disciplina.

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